REELEIÇÃO DE PREFEITOS PREOCUPA FISCALIZAÇÃO ELEITORAL

O Tribunal Superior Eleitoral está elaborando amplo programa de fiscalização para por em prática na campanha eleitoral deste ano, que terá duas novidades: eleição informatizada, no país inteiro, e a reeleição deprefeitos.Isto gera, inclusive, um cuidado adicional da fiscalização eleitoral, uma vez que a maioria dos prefeitos dos 5.548 municípios brasileiros tentará se reeleger, e cabe à Justiça Eleitoral coibir a prática de abusos de poder político, econômicoe de autoridade, bem como o uso indevido dos meios de comunicação. O presidente do TSE, ministro José Néri da Silveira, tem manifestado atenção com a fiscalização de campanha nas visitas que faz aos estados. Segundo ele, é uma forma de alerta às fiscalizações partidárias e um estímulo à denúncia popular,viaMinistério Público Eleitoral, para que todos exercitem o direito de cidadania inerente à vivência democrática, além da contribuição que estarão dando à Justiça Eleitoral. O ministro Néri manifesta tranqüilidade, porém, no que se refere às eleições em si e às apurações. A realização de eleições informatizadas acaba, segundo ele, com qualquer possibilidade de manipulação de votos, e "o eleitor não seráludibriadona sua vontade". Exemplo disso ficou patente nas eleições de 1998, que foram realizadas totalmente com urnas eletrônicas em cinco unidades da Federação, sem nenhuma reclamação posterior. Para que as eleições de prefeitos e vereadores de outubro próximo sejam totalmente informatizadas, a Justiça Eleitoral já começou a distribuição de 186.798 novas urnas eletrônicas, que se somarão às 168 mil urnas em operação nas duas últimaseleições. O TSE entregou 24.214 máquinas no mês passado, e está levando mais 26.800 no decorrer deste mês a cidades de 18 estados. De acordo com o Secretário de Informática do TSE, Paulo César Camarão, o cronograma de entrega das urnas está em dia, e todas estarão em seus devidos postos até final de agosto. Pela programação do TSE, serão entregues mais 49.010 urnas nomêsde junho, outras 47.038 em julho e as restantes 44.736 em agosto. Com tempo suficiente, portanto, para que as urnas cheguem às aldeias indígenas e rincões mais distantes do país; muito antes das eleições de 1º de outubro.