TSE ENVIARÁ MISSÃO A GUINÉ-BISSAU

No mesmo instante em que era comunicado que os dois últimos funcionários do grupo de 10 servidores do TSE que integraram a Missão da ONU no Timor Leste já haviam deixado a capital Díli, em completa segurança, o presidente doTribunalSuperior Eleitoral, ministro Néri da Silveira, recebia um apelo do Primeiro-Ministro de Guiné-Bissau, Francisco Fadul, para que, em novembro próximo, outra missão da Justiça Eleitoral siga para o país africano, a fim de prestar apoio técnico ematerialno pleito que vai eleger o novo presidente guineense e cem congressistas. Esta será a primeira eleição após a guerra civil, que terminou com a deposição do presidente Nino Vieira. Durante duas horas e meia de conversações no gabinete do presidente do TSE, o premier Francisco Fadul disse a Néri que seu governo está trabalhando para consolidar a democracia, realizar eleições livres, moralizar a administração pública e estabelecera igualdade de direitos entre o povo guineense, composto por diversas etnias. Fadul prometeu que os eleitos em 28 de novembro tomarão posse em janeiro e receberão, como legado, uma "administração pública livre de vícios e principalmente decorrupção". O Brasil tem grande interesse em colaborar com a formação de uma nova Guiné-Bissau", afirmou o ministro Néri da Silveira, acrescentando que após a conversa com Fadul, teve a certeza de que o Primeiro-Ministro "encarna o espírito democrático, voltadopara as grandes preocupações da sociedade, com o objetivo de construir uma nova pátria após a guerra civil". O envio de material de apoio e de técnicos do TSE para treinar mesários e escrutinadores guineenses terá que ser decidido em sessão administrativa do Tribunal Superior Eleitoral, mas o ministro Néri já adiantou, após rápida análise das solicitaçõesapresentadas, que será possível cooperar com o país africano. Entre o material pedido estão 30 micro-computadores e 3 impressoras de médio porte. Há solicitações mais simples, como 2.000 carimbos, 2.000 almofadas para carimbo e 3.500 frascos de tinta,2.000 canetas esferográficas azuis, 10.000 envelopes plásticos e 500 urnas de lona. No final do encontro, a equipe técnica da Secretaria de Informática do TSE fez uma demonstração sobre o funcionamento da urna eletrônica brasileira, que encantou a comitiva de Guiné-Bissau. Francisco Fadul afirmou que " TSE goza de grande prestígiointernacional no sentido de cooperar com nações amigas e que a urna eletrônica é a maior prova disso". Nesse momento está sendo concluído o recadastramento eleitoral no interior do país africano. Na capital, Bissau, todos os eleitores já foramrecadastrados. O pedido do Primeiro-Ministro de Guiné-Bissau para que o Brasil participe das eleições de novembro em seu país se deve, em parte, à experiência da Justiça Eleitoral brasileira em missões anteriores em áreas de conflito, como no Camboja, África do Sul,Guatemala, Nicarágua, e a mais recente, no Timor-Leste.